Incremento de 1,55% em proteína, 3,58% em gordura, 7,34% em lactose e 4,02% em sólidos totais no leite produzido. Esses são alguns dos resultados obtidos com o Modelo Genético Aurora Coop (MGA) no plantel da bovinocultura leiteira. Essa iniciativa pioneira e única no país completou dez anos com avanços significativos nas empresas vinculadas à Aurora Coop e suas cooperativas filiadas. Os indicadores foram apresentados durante evento de avaliação das ações realizadas em 2024 pelo Programa Encadeamento Produtivo Aurora Coop e Sebrae. O encontro reuniu na Associação dos Funcionários da Cooperativa Agroindustrial Alfa (AARA), em Chapecó, representantes do Sistema Aurora Coop, do Sebrae/SC e consultores que aplicam os cursos nos municípios.
A leitura do genoma de 2.500 fêmeas permitiu constatar que a produção de leite estava relativamente bem, mas havia problemas com doenças transmitidas geneticamente, o que causa enormes prejuízos para a cadeia produtiva. “Isso repercutia no sistema mamário, locomotor e na fertilidade. Então, com o suporte das equipes técnicas das cooperativas filiadas elaboramos um modelo genético e buscamos touros nos Estados Unidos, Canadá e Europa que fossem melhoradores nesses quesitos, além de contribuírem para o aumento da gordura e proteína no leite, características de interesse da indústria”, recordou Giesel.
Em dez anos, a evolução foi expressiva, tanto que “nos orgulhamos dos resultados, como a redução de praticamente metade das doenças recessivas nos rebanhos do modelo genético e o aumento da produtividade das vacas (no comparativo de mães com filhas) de 7,81%”, mencionou.
De acordo com o geneticista Celso Barbiero Alves o modelo genético precisa fortalecer a indústria para que seja viável economicamente, assegurar qualidade do produto para o consumidor conforme os requisitos estabelecimentos pelo Ministério da Agricultura, contribuir para o aumento da lucratividade do empresário rural e certificar o bem-estar da vida produtiva do animal. “Ao nascerem as filhas foi realizada nova leitura de DNA para verificar o progresso das características de interesse econômico e os resultados foram extremamente satisfatórios em todos os objetivos propostos, com indicadores de primeiro mundo”, enalteceu. O desafio, segundo Celso, é ampliar o número de empreendedores rurais participantes do MGA, que atualmente representam 35%.
Pelo MGA foram coletadas e lidas até o momento 12 mil amostras de DNA, entre mães, filhas, netas e bisnetas do rebanho. Também foram desenvolvidas atividades com 3.880 produtores, o que representou mais de 18 mil visitas técnicas nas empresas rurais. Entre as ações estiveram leitura de DNA, análises de fenótipos, definição do modelo genético, controle leiteiro de mães e filhas, avaliação e controle morfométrico e pareamento de cinco gerações.
Ainda entre os resultados obtidos pelo MGA, Celso destacou o aprimoramento visível no composto de úbere que contribui para maior produção de sólidos. “O controle leiteiro holandês revelou um acréscimo de 7,79% em lactação no comparativo entre mãe e filha, o que reflete em uma diferença de 780 litros/por lactação”, enfatizou ao reforçar que o único modelo genético utilizado no Brasil é o da Aurora Coop.
Para o geneticista só há um caminho para o produtor aumentar a rentabilidade: investir em um leite que tenha mais sólidos totais, ou seja, em melhoramento genético. “Mesmo com as condições de ambiente adequadas não é possível alcançar resultados satisfatórios sem utilizar genética”, finalizou.
PROGRAMA
O Programa Encadeamento Produtivo Aurora Coop e Sebrae é uma iniciativa do Sebrae com o apoio de vários parceiros. Em Santa Catarina com a Aurora Coop, Senar, Sescoop, Sicoob, Cooperalfa, Itaipu, Auriverde, Coolacer, Copérdia, Caslo, Cooper A1, Copercampos e Coopervil. No Rio Grande do Sul, conta com a parceria do Sebrae, Sicredi, Cooperalfa, Cooper A1, Copercampos e Copérdia. No Paraná participam o Sebrae, a Cooperalfa, a Copérdia e a Cocari e, no Mato Grosso do Sul, Sebrae, Cooasgo e Cooperalfa.
Nafoto O gerente de captação de leite da Aurora Coop, Selvino Giesel, evidenciou que o rebanho brasileiro vem melhorando nos últimos anos a partir do advento da inseminação artificial e da entrada de animais de outros países. (Foto: Karina Ogliari/MB Comunicação)